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A figura do Turismo em Espaço Rural implica a reabilitação de património construído da paisagem rural, sendo regra fundamental a manutenção dessas pré-existências, de alguma forma, como objectos dominantes no quadro final da intervenção. Embora subjectiva, parece-nos esta uma boa regra para a definição da escala das intervenções, ao colocar o património construído como referência de escala para a evolução da paisagem, ao invés de um mero índice matemático.

O conjunto existente compõe-se por duas construções, de dois pisos cada: uma moradia, com um pátio frontal entre si e muro limítrofe do prédio, e uma atafona, integrada na frente do mesmo muro. A primeira encontrava-se degradada, no limiar das condições de habitabilidade, a segunda em ruína, apenas com as paredes portantes de pé. Inserem-se num prédio de dimensões francas, com pendente significativa e voltado a Sul e Nascente, com belíssimas vistas sobre um pequeno vale e sobre o mar do Sul do Pico.

No sentido de permitir uma reabilitação da casa principal mais próxima da sua constituição original, com estruturas de divisionamento muito leves e singelas, propôs-se posicionar todo o alojamento, de clientes, guias e proprietários, fora desta construção, ficando assim alocada ao desempenho de actividades comuns, de refeições e estar.

As novas construções, de grosso modo destinadas ao alojamento dos clientes, foram concebidas em tipologias de suite, com dimensões contidas e num sistema de construção semi-enterrada onde conjugamos a modelação de terreno e a construção pesada de alvenarias de betão e pedra com uma tectónica leve, ligada aos saberes tradicionais do uso da madeira regional e introduzindo um elemento inovador, por coberturas verdes, que nos vem permitir um resultado final com a menor prevalência possível das novas construções sobre as originais.

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